A capacidade funcional, frequentemente referida como o “quinto sinal vital”, é crucial na avaliação da saúde geral, especialmente em relação às doenças cardiovasculares. Um estudo observacional realizado por Myers et al. demonstrou que essa capacidade é o principal preditor de mortalidade, superando fatores de risco tradicionais e até mesmo a presença de doenças cardiovasculares já estabelecidas.
Essa capacidade envolve diversos aspectos, incluindo função cardiorrespiratória, força, equilíbrio e cognição. Com o envelhecimento, esses fatores se tornam mais complexos, sendo afetados por comorbidades, polifarmácia e alterações metabólicas. Por isso, monitorar a capacidade funcional em idosos é essencial, pois ela indica fragilidade e um prognóstico mais desfavorável.
Existem várias maneiras de avaliar a capacidade funcional, através da medida do consumo de oxigênio (VO2). Entre os métodos mais difundidos, estão o teste de caminhada de 6 minutos (TC6m), o teste ergométrico (TE) e o teste cardiopulmonar (TCP). Enquanto o TC6m e o TE fornecem estimativas, o TCP quantifica diretamente o VO2 em relação ao esforço do paciente.
A precisão do TCP é classicamente importante para o desenvolvimento cardiopulmonar de atletas e no acompanhamento do paciente portadores de insuficiência cardíaca. Mas o TCP ganha grande relevância para definição do melhor momento cirúrgico de pacientes, como o transplante cardíaco, cirurgias de válvula e de pacientes com cardiopatia congênita. Também está cada vez mais presente na avaliação perioperatória não cardíaca, quando a avaliação da capacidade funcional pode predizer de forma confiável o risco de eventos adversos.
Portanto, é vital utilizar métricas para estimar a capacidade de exercício de todos os pacientes, uma estratégia que pode auxiliar na predição de riscos.